Do piloto Cristiano Santos da equipa Jet Motorsport, recebemos o e-mail, aqui tornamos publico com a devida autorização do seu autor.
Porque entendemos, que o reconhecimento devido é justo e assim deve ser partilhado e tornado público, para que toda e enorme e fantástica equipa de colaboradores do CPKA, que acima de tudo ajudou a montar o Rally de Lisboa, merece que se saiba que há pilotos e equipas, mesmo as mais amadoras como a Jet Motorsport, que estão atentas, e que agradecem o bom trabalho realizado.
Caro Sr. Humberto,
Antes de mais, quero pedir desculpa pela extensão do texto, mas que não sendo urgente, lhe ficaria grato se o lesse até ao fim, pois não consigo exprimir aquilo que pretendo por menos palavras.
Sou o proprietário do Volkswagen Corrado G60 que participou com o número #84 no Rally de Lisboa.
Não sou nada nem ninguém, sou apenas alguém que decidiu pegar no seu carro de sonho e em todas as economias que tinha e que, com a ajuda de alguns parceiros, bons amigos e família, o transformou num carro de ralis, para assim concretizar um sonho, um sonho único, ao ser o único carro destes a competir em Portugal e dos poucos no mundo.
Findo que está este magnífico Rali de Lisboa, de que V. Exa. é a face visível, não poderia deixar de prestar o meu reconhecimento a esta prova e à forma como foi organizada, bem como fazer algumas considerações sobre o mesmo.
Começaria talvez, pela primeira pessoa do staff que encontrei, o senhor José Martins, responsável pelo parque de assistência, que desde o início, desde o primeiro momento, foi inexcedível na colaboração, na ajuda, e no acolhimento, dados à minha pessoa e a minha equipa, que participava no seu segundo Rally. A forma como o senhor José nos recebeu e nos ajudou em todos os momentos, fez-me perceber que estava no local certo para concretizar mais este sonho.
Passando depois pela equipa de comissários técnicos, de que destaco o comissário técnico-chefe Pedro Corrula, bem como o comissário Marcelo, que souberam ser atenciosos e prestáveis para uma pessoa que estava a participar no seu segundo Rali, esclarecendo e ajudando, e mostrando que estão ali, acima de tudo, para zelar pela segurança das equipas que aceleram estrada fora numa atividade arriscada. Não posso sequer deixar de mencionar o Sr. espanhol, que tratava dos GPS, pela amabilidade que demonstrou a cada momento.
De igual modo, todo o secretariado, assistentes de prova, responsáveis pelos controlos e pelo parque fechado, só posso dizer maravilhas da forma como nos trataram e nos fizeram sentir que, apesar de estarmos num Rali de enorme envergadura, tínhamos ali o nosso espaço para participar.
Envio também uma menção especial para o Sr. Paulo Leal, responsável pela relação com os concorrentes, na forma como nos ajudou e sempre nos esclareceu as nossas dúvidas, com a dedicação adequada a uma equipa que ainda mal se estreou neste brutal mundo dos Ralis.
Infelizmente, fruto de alguma inexperiência e um pouco de azar, acabámos por penalizar imenso e não poder concluir o primeiro dia do Rally, com especial pena para a Super-Especial de Lisboa. Mas voltámos em Super Rally no dia seguinte, e aí tudo foi diferente, para melhor.
Uma moldura humana que deverá deixá-lo a si e a todos os que organizaram esta prova completamente orgulhosos, tais eram os milhares de pessoas espalhados não só pelas PECs, mas também nos troços de ligação. As pessoas da área de Lisboa gostam dos ralis, e esta foi a prova cabal disso.
Saliento também os elementos de apoio nomeadamente bombeiros e forças de segurança, que são justos credores de igual louvor, pela cortesia com que sempre nos trataram, e também pela prontidão que demonstraram em todo o momento, fazendo-nos sentir ainda mais seguros nas PECs.
Um traçado bastante variado, e que, falando por mim, me deu um gozo enorme ao conduzir, e ao ser navegado pelo meu co-piloto. Posso lhe dizer que no final de cada uma das 3 PECs que realizámos, chegávamos ao fim alagados em suor, mas também com um especial brilho nos olhos, tal foi a chuva de sensações sentida ao longo das classificativas.
Nem sequer os troços de ligação deixaram de ser formidáveis: acredite que uma das coisas que mais gosto me deu fazer, foi abrandar (ou quase parar), perante crianças que ali estavam a acenar, e a quem colocámos um sorriso no rosto ao acenar de volta. Ou as pessoas que nos troços de ligação, nos acenavam com os seus telefones em punho, e que vibravam de entusiasmo quando abrandávamos, e de repente dávamos um pouco de gás (sem exageros, claro). São sensações que não têm paralelo, e que nos mostram que em boa-hora nos inscrevemos neste Rally.
Foram três dias plenos de experiências únicas, sensações brutais, e emoções inesquecíveis!
Por isso quero dar os meus PARABÉNS a si e por seu intermédio, a todos quantos montaram este brutal Rally, um verdadeiro hino ao desporto automóvel!
Desejo os maiores sucessos para o Rally de Lisboa 2023, mesmo “contra mim”, por assim dizer (pois caso seja promovido ao CPR, os carros da categoria VSH, como o meu, deixam de poder participar, pelo que me é dado a perceber).
Acabará por ser, em qualquer dos casos, uma situação “Win-Win”: se for promovido ao CPR, não poderei participar, mas ficarei contente pois ganha o desporto automóvel, e será o reconhecimento justo de todos quantos montaram este Rally. Se continuar no CStSR, lá estarei em 2023 para repetir a experiência deste passado fim-de-semana!
Muito Obrigado!
Cristiano Santos
Jet Motorsport